Desejo...

Desejo...
Eu sinto teus dedos passeando por todo meu contorno...(clique na imagem)

segunda-feira, 30 de março de 2009

Soneto XXV

Antes de amar-te, amor, nada era meu:
Antes de amarte, amor, nada era mío:
vacilei pelas ruas e as coisas:
vacilé por las calles y las cosas:
nada contava nem tinha nome:
nada contaba ni tenía nombre:
o mundo era do ar que esperava.
el mundo era del aire que esperaba.

E conheci salões cinzentos,
Yo conocí salones cenicientos,
túneis habitados pela lua,
túneles habitados por la luna,
hangares cruéis que se despediam,
hangares crueles que se despedían,
perguntas que insistiam na areia.
perguntas que insistían en la arena.

Tudo estava vazio, morto e mudo,
Todo estaba vacío, muerto y mudo,
caído, abandonado e decaído,
caído, abandonado y decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,
todo era inalienablemente ajeno,

tudo era dos outros e de ninguém,
todo era de los otros y de nadie,
até que tua beleza e tua pobreza
hasta que tu belleza y tu pobreza
de dádivas encheram o outono.
llenaron el otoño de regalos.


Pablo Neruda

Nenhum comentário: