Chove lá fora
e me deixo levar pelas tuas palavras ditas
como se eu fosse a rua
e as tuas águas me lavassem as calçadas
os meus vãos
o pé da escada...
então eu abro os braços em papel de parede
para que me imprimas em preto e branco
o teu amor que me alaga em lilás.
O meu fogo,
atiçado pela esperança, ressente-se do frio
e te concebe inteiro entre lençóis macios
letras e letras em sustenidos.
És água benta
escorrendo dos meus olhos
lavando a chuva
saudade dos teus dedos
parindo em mim a vida.
Dira Vieira
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