Então o sol penetrou toda a casa. Se eu quiser dormir até mais tarde, terei que fechar as janelas, as portas, as cortinas, eu que passei a noite inteira acordada. Faz muito calor lá fora, faz muito frio aqui dentro e minhas palavras estão inquietas enquanto olho pro teto, sem caneta, sem papel, sem disposição. Existe uma solidão irremediável no pulso de um poeta. E essa casa não é minha. Não sei se sofro, mas minha cara é de choro contido. O que fizeram comigo enquanto eu dormia, se eu pensava que havia alguma paz no sono? Estou confusa e queria dizer coisas inconvenientes, mas não posso. Que cansaço vem do não dizer o que se quer. Talvez eu deva esperar e ser positiva. E contar pra vocês depois mais uma de minhas vitórias. Mas estou tão cansada de escutar que poesia não vende com o meu original tão bonito debaixo do braço. E eu só preciso dizer agora: POESIA VENDE SIM! EU COMPRO!
E que diga o mesmo quem concorda comigo.
Marla de Queiroz
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